Entenda a cadeira flexora e execute o exercício da forma correta

Juntamente com a abdução na máquina abdutora, esse é um dos exercícios cuja execução se perdeu no mundo fitness e algumas bizarrices foram implementadas, ferindo os olhos de quem conhece um pouquinho de biomecânica da musculação. Vamos, então, fazer uma análise biomecânica do movimento para os profis darem uma lida antes de inventarem alguns vícios e implementarem no aluno.

O maior braço de momento da resistência é a 90° de flexão do joelho. Os componentes translatórios de compressão e descompressão articular acontecem no começo e no final da flexão, respectivamente, como no exercício anterior.

A principal diferença deste exercício para a mesa flexora é o grau de flexão do quadril. Esta posição favorece a melhoria da relação força comprimento e a diminuição da insuficiência ativa dos isquiotibiais na flexão do joelho, por estes estarem mais alongados (pela flexão do quadril) do que na mesa flexora. 

A tendência de dorsiflexão que ocorre na mesa flexora também é comum neste exercício e acontece para que o gastrocnêmio participe mais efetivamente da flexão do joelho (devido à melhoria da relação força-comprimento para este músculo). 

Se o executante não possuir uma boa elasticidade dos isquiotibiais, a pelve pode realizar uma retroversão por causa de insuficiência passiva destes músculos (por estarem demasiadamente alongados no quadril e sendo exigidos também no joelho) e/ou por falha dos paravertebrais em sustentarem sua postura. A retroversão da pelve leva a coluna lombar para a flexão, aumentando o estresse nesta articulação. Se os paravertebrais conseguem preservar a postura da pelve, o joelho pode não estender totalmente também por falta de elasticidade dos isquiotibiais. Portanto, os alongamentos para isquiotibiais são imprescindíveis para melhorar sua elasticidade e favorecer uma correta e segura execução deste exercício. 

Os paravertebrais têm função importante na segurança deste exercício e o seu fortalecimento deve ser feito previamente, para aumentar a eficiência do movimento. 

REFERÊNCIAS
Kreighbaum, H. & Barthels M. Biomechanics: A Qualitative Approach fàr Studying Human Movement 4.ed. Allyn & Bacon, 1996. 
Tesch, P.A. Target Bodybuilding: Precision Lifting fàr More Mass and Greater Definition. Champaign: Human Kinetics, 1999. 
Whiting, W.C. & Zernicke, R.F. Biomechanics of Muscoloskeletal Injury. Champaign: Human Kinetics, 1998. . 
Yessis, M. Kinesiology of Exercise: A Safe and Effective Way to Improve Athletic Perfàrmance.5.ed. Indianapolis: Masters Press, 1994. 

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