Conheça o ciclo da proteína
Variações
na ingestão de carboidratos são utilizadas há tempos. Mas você sabia que o
mesmo princípio pode ser aplicado às proteínas ? Então, vem com o tio que você
passa de ano.
Primeiramente,
uma pergunta básica :
Qual
é a semelhança entre as três estratégias que são frequentemente utilizadas por
culturistas profissionais ?
“Mas, Betão, eu nem sei quais são as três
estratégias, como saberia a semelhança entre elas !?!?!?!?!?!”
Primeira estratégia : utilização do treinamento
intervalado, realizando a alternância de períodos de alta e baixa intensidade
no treinamento aeróbio para, assim, aumentar o gasto calórico total da sessão.
Segunda estratégia : diminuição na ingestão de
carboidratos por alguns dias para, assim, depletar as reservas musculares ao
máximo e em seguida utilizar alguns dias de alto consumo de carboidratos para
maximizar as reservas de glicogênio muscular (carbo loading).
Terceira estratégia : a cada dois ou três dias,
alternar a quantidade de calorias ingeridas na dieta entre dias de alta
ingestão calórica e dias de baixa ingestão calórica, para assim, maximizar a
perda de gordura corporal sem reduzir os níveis de energia do organismo.
Se
você respondeu que a semelhança reside na utilização de ciclos para obter resultados acima da média, está correto.
“Betão, não percebi isso, e agora ????”
... Não faz mal, pimpolho ...
E
quando analisamos a estratégia adotada para a ingestão de proteínas, a maioria
dos culturistas utiliza o princípio do “quanto mais, melhor”, a fim de obter a
máxima hipertrofia muscular. Mas ... não se iluda. Para ganhar musculatura
necessitamos de boas quantidades de proteína na dieta, entretanto, a estratégia de ingestão é tão importante
quanto a quantidade total ingerida diariamente.
O
ciclo de proteína, que significa ingerir uma maior quantidade deste nutriente
por alguns dias e, então, diminuir a quantidade ingerida por alguns dias, pode,
na realidade, induzir o organismo a reter maior quantidade deste nutriente do
que ocorre por intermédio da ingestão constante deste nutriente, diariamente.
Para
aqueles que ainda são iniciantes no universo da musculação, deixe-me fazer uma
breve revisão dos pontos mais importantes.
A
musculatura é composta por proteínas. Quando você treina pesado, pequenas
partes de seu tecido muscular, conhecidas como fibras musculares, são
danificadas e, assim, necessitam de proteínas para serem reparadas e crescerem.
Para resumir : parte da proteína ingerida na dieta será convertida em tecido
muscular.
Então,
temos a questão básica : quantos gramas de proteína devemos ingerir diariamente
?
Diversos
especialistas em nutrição esportiva com experiência prática dentro do universo
da musculação recomendam o consumo de 2,2 gramas de proteínas por quilograma de
peso corporal diariamente (2,2g/kg).
Antigamente,
essa história terminava por aqui ... bastava uma continha de multiplicação (com
vírgula, hein, cuidado) e estava resolvido o problema. Mas não hoje, porque
iremos discutir como realizar a manipulação da quantidade de proteína
utilizando um ciclo para tal.
Mas,
para melhor entendermos como o ciclo de proteínas funciona, iremos analisar em
primeira instância como age o ciclo dos carboidratos.
Culturistas
e atletas de provas de longa duração ocasionalmente depletam seus níveis de
glicogênio muscular e hepático ingerindo baixas quantidades desses nutrientes e
realizando, simultaneamente, exercícios intensos em períodos de 3 a 5 dias,
seguidos por períodos de 3 dias em que a ingestão de carboidratos é maximizada
acima dos níveis usuais e os exercícios são diminuídos ou, em alguns casos, não
realizados.
Este
procedimento, conhecido como carbo loading, tem o objetivo de
produzir a saturação de carboidratos no organismo acima dos níveis considerados
normais.
Por
que isto é realizado ? Quando você priva seu organismo de carboidratos por
alguns dias e, após isso, aumenta a ingestão deste nutriente, o organismo
otimiza a absorção e estoque de glicogênio. Com mais glicogênio armazenado, o
atleta terá mais energia disponível e sua performance será aumentada no caso
das provas de longa duração.
No
caso dos culturistas, isto ocasionará músculos mais avolumados e a definição
muscular será mais proeminente.
Um
mecanismo semelhante também será verdadeiro para a ingestão de proteínas :
quando você reduz a ingestão de proteínas, a musculatura não irá imediatamente
destruir tecido muscular para compensar esta diminuição. O que ocorrerá é
exatamente o oposto !
O
organismo irá primeiramente diminuir a velocidade das reações catabólicas nas
quais as proteínas são processadas e desmembradas e, assim, a destruição de
tecido muscular será minimizada, otimizando o processo anabólico, em que o
tecido muscular é sintetizado.
Obviamente,
caso você prolongue este período de baixa ingestão protéica, seu organismo irá
reagir começando a destruir tecido muscular para compensar a falta do
nutriente. Utilizando ciclo de proteína, supostamente isto jamais acontecerá.
Neste
sistema, um período breve em que a ingestão de proteínas é diminuída é seguido
por um período mais longo, no qual o consumo protéico é aumentado
significativamente.
Comer
menos proteína será um truque para fazer seu organismo diminuir a quebra deste
nutriente e, assim, o anabolismo será aumentado, pois, ao consumir mais
proteínas, consequentemente, irá aumentar a disponibilidade deste nutriente na
musculatura, ocasionando maior síntese de tecido muscular.
1º Ciclo – Cortando proteínas
Comer
menos proteínas pode soar como heresia para muitos, mas a verdade reside no
fato de que é possível ganhar musculatura em dietas com menos de 2,2 gramas de
proteína por peso corporal diariamente.
Alguns
estudos sugerem 1,5g/kg o ideal para os dias de cortar proteínas, que serão 4
dias. Uma observação é que a ingestão de calorias deve estar situada entre
45kcal/kg e a quantidade de carboidratos em aproximadamente 7g/kg.
A
tabela abaixo, traduz essa realidade, cortando-se a quantidade de proteínas.
2º Ciclo – Aumentando proteínas
Depois
de 4 dias com baixa ingestão de proteínas, é hora de turbinar o consumo destas
por 4 dias, dobrando o valor consumido. Ou seja, é hora de consumir 3g/kg por
dia. Ao aumentar a ingestão, seu corpo irá automaticamente aumentar a síntese
protéica por intermédio da maior oferta de aminoácidos para a musculatura e
metabolizando parte dessas proteínas para a produção de energia.
A
quantidade extra de proteínas ingeridas será como um “seguro” para evitar que o
organismo utilize a proteína muscular para outras reações necessárias no
metabolismo. Por esta razão, a sugestão aqui é 0,8g/kg acima da quantidade
usualmente recomendada de 2,2g/kg, totalizando 3,0g/kg neste ciclo.
Continue
consumindo, diariamente, 45kcal/kg de peso corporal e reduza o consumo de
carboidratos para 5g/kg para evitar ganhos no percentual de gordura.
Podemos
traduzir as quantidades desta fase para diferentes pesos corporais por
intermédio da seguinte tabela :
Você
pode utilizar este ciclo de 8 dias pelo período que julgar necessário,
dependendo somente dos resultados atingirem os patamares que você deseja.
Muitos irão obter excelentes resultados e assim desejarão manter esse ciclo
indefinidamente.
Entretanto,
o organismo se adapta com certa velocidade, o que significa para a maioria dos
casos que os progressos irão estagnar após 3 a 4 meses utilizando este ciclo.
Neste
caso, você pode mudar para uma dieta estável com 2,2g/kg de proteínas por dia
pelo período de um mês e, então, voltar a utilizar o ciclo de proteínas
novamente.
Cético
? Faz um teste, man ... e depois conta pro tio.
Stay
strong !
Betão
Via Muscle &
Fitness 67 (janeiro 2006), págs 116 a 119 (por Chris Aceto)
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ResponderExcluirValeu tio
Vou adotar as dicas e ver resultados